Azia tem a ver com a cabeleira do bebê? A mãe
não pode passar vontade senão o pequeno nasce com uma marca na pele? O
que tem fundamento nessas questões?
É quase automático: basta uma mulher anunciar que está grávida para
começarem as sugestões a respeito de como saber o sexo do bebê, a
importância de satisfazer aos desejos por comidas as mais exóticas, as
explicações para o fato de sentir muita azia e por aí vai. Com isso, a
gestante recebe diversos conselhos, dos mais bizarros aos mais sérios.
Ouvimos especialistas para desvendar o que é mito e o que é verdade
quando se trata dessas crenças populares.
01. Azia significa que o bebê é cabeludo.
Mito. A azia não tem nada a ver com o bebê ser
cabeludo ou não. “Os hormônios da gravidez irritam o estômago, por isso a
grávida sente uma queimação. E, no final da gestação, a azia é causada
porque o estômago fica comprimido pelo bebê, que cresceu”, explica Mário
Martinez, chefe da equipe de ginecologia e obstetrícia do Hospital São
Luiz, de São Paulo.
02. Depois de uma cesárea, não se pode mais fazer parto normal.
Mito. Luiz Fernando Leite, obstetra do Hospital e
Maternidade Santa Joana, de São Paulo, esclarece: “O ideal é que haja o
intervalo de dois anos entre a cesariana e o parto normal, mas, passado
esse período, não há problema. Quando a mulher passa por um parto
cesariano, o útero é cortado e depois costurado. Esse intervalo de dois
anos é importante porque, durante as contrações, o útero pode se romper e
causar hemorragia interna”.
03. É arriscado fazer sexo durante a gravidez porque o pênis incomoda o bebê.
Mito. As mulheres podem fazer sexo tranquilamente se
estiver tudo normal com a gravidez. No entanto, Mariangela Maluf,
ginecologista e obstetra do Centro Especializado em Reprodução Humana,
de São Paulo, alerta: “A relação sexual com penetração vaginal pode
aumentar a atividade uterina, ou seja, aumentar a frequência das
contrações. Esse fato, em algumas mulheres, pode desencadear o trabalho
de parto prematuro se houver alguma patologia preexistente”.
04. A mudança da Lua influencia o parto.
Verdade. “Durante a lua cheia e a lua nova, existe uma
força maior para o centro da Terra, o que aumenta a pressão pélvica e,
consequentemente, as contrações”, explica Luiz Fernando Leite, obstetra
do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.
05. O formato da barriga indica o sexo do bebê: barriga pontuda é menino e barriga larga é menina.
Mito. “O formato da barriga depende do tamanho do
bebê, e não do sexo dele”, diz Mário Martinez, chefe da equipe de
ginecologia e obstetrícia do Hospital São Luiz, de São Paulo. “E as
únicas maneiras de descobrir o sexo antes de a criança nascer são o
exame de sexagem fetal, que pode ser feito com oito semanas, ou o
ultrassom, com 18 semanas”, completa o ginecologista.
06. Grávidas sentem mais calor.
Verdade. “A grávida tem aumento da temperatura basal –
que é a temperatura do corpo medida imediatamente após a pessoa
acordar, antes de qualquer atividade física – de 0,5 a 1,0 ºC, o que a
torna mais quente. O aumento da temperatura se deve à ação da
progesterona, o hormônio que a placenta produz”, esclarece Mariangela
Maluf, ginecologista e obstetra do Centro Especializado em Reprodução
Humana, de São Paulo.
07. A mulher deve comer bastante canja e canjica e beber cerveja escura para ter mais leite.
Mito. “Isso é um mito de muito tempo atrás, quando as
mulheres, mesmo grávidas, precisavam forcejar mais nos trabalhos
domésticos – quando não existia a máquina de lavar, por exemplo. As
mulheres tomavam canja e tinham mais energia, daí surgiu a lenda. O
importante é a gestante tomar bastante líquido (em torno de 2 a 3 litros
diariamente). Pode ser chá, água, sucos e frutas”, conta Luiz Fernando
Leite, obstetra do Hospital e Maternidade Santa Joana, de São Paulo.
Vale lembrar que a bebida alcoólica não é aconselhável durante a
gestação.
08. Se a mãe não comer o que deseja, a criança vai nascer com a cara do desejo.
Mito. “Isso é só mais uma crença popular e não faz
sentido”, sentencia Mário Martinez, chefe da equipe de ginecologia e
obstetrícia do Hospital São Luiz, de São Paulo. “Os desejos são causados
por hormônios durante a gestação. Nada acontece ao bebê se a mãe não
comer o que deseja”, complementa Martinez.
09. As grávidas precisam comer por dois.
Mito. “A grávida sofre um aumento de apetite por ação
da progesterona, mas não precisa comer por dois”, afirma Mariangela
Maluf, ginecologista e obstetra do Centro Especializado em Reprodução
Humana, de São Paulo. Até porque é preciso ficar atenta ao controle do
peso durante a gestação, com uma alimentação balanceada e saudável.
10. Ficar sem comer aumenta o enjoo.
Verdade. “O jejum aumenta a náusea e nem é preciso
estar grávida para que isso aconteça”, ressalta Mariangela Maluf,
ginecologista e obstetra do Centro Especializado em Reprodução Humana,
de São Paulo.Fonte:Bebe Abril